Aqui começa uma série de artigos sobre por que eu gosto de usar o VIM para programar.

Uma das primeiras coisas que eu gostaria de comentar é sobre a quebra de paradigma que você deve ter quando começa a usar um editor como o vim que tem vários modos de operação, ou seja, não é mais apenas digitar, pois cada modo de operação tem o seu modo de agir. Os modos de operação são os seguintes:

  • Inserção
  • Visual
  • Normal
  • Comandos

Modo de inserção

O modo de inserção é um modo simples para se inserir texto sem nada muito complexo, você se sentirá usando um notepad se usar somente o modo de inserção.

Modo visual

Com o modo visual você pode selecionar facilmente trechos de texto, linhas inteiras e blocos de texto. Um exemplo bem legal de uso de blocos no Vim pode ser visto no blog do TaQ.

Modo normal

Agora sim as coisas ficam legais! No modo normal, que é o modo que você mais fica no Vim, você pode fazer as coisas mais interessantes!

Ok, falei…falei…e não mostrei o por que o modo normal é tão poderoso né? Bem, são coisas como essas:

  • Dentro de aspas podemos dar um ci" e ele já excluiria todo o conteúdo que está dentro das aspas e deixaria você em modo de inserção para inserir um novo conteúdo
  • Parar em cima do número 20 e quer adicionar 7? Apenas faça ctrl+a e ele fará a soma em cima desse número
  • E se ao invés de soma vc quiser a subtração dos valores acima? Apenas faça ctrl+x e ele fará a soma em cima desse número
  • É claro que você não vai ficar repetindo esse monte de coisas que você fez aí em cima se tiver várias ocorrências e você não quiser fazer um “find and replace”, por que você pode usar o . (ponto) para fazer a sua ultima ação novamente.
  • Quer trocar as linhas de posição? Moleza! ddp ( sendo dd para excluir uma linha, que fica no buffer, e p para colar a linha do buffer )
  • Está no começo da linha e quer ir para aquele parentese? f( e pronto, você já estará lá!
  • Quer ir para um caracter antes do parentese? t( ta na mão! :)

Enfim…Tem muitas outras coisas legais a se fazer sem que você precise tirar a sua mão do teclado.

Modo de comandos

E o modo de comandos é onde você tem uma segunda linguagem de programação alem da que você está usando pra programar, e lá você pode tanto usar comandos de loop como:

for i in range(1,10) | put ='192.168.0.'.i | endfor

OBS: créditos ao Sergio nesse post

Que imprime uma faixa de IPs de 192.168.0.1 até 192.168.0.10.

Ou você pode alterar as funcionalidades e opções do editor utilizando :set ou outras comandos interessantes.

Use o Vim como ele foi feito para ser usado

Outra quebra de paradigma que deve ser usada é usar “hjkl” para se movimentar pelo texto, sempre usando os dedos indicadores sobre o “j” e o “f” que é o padrão de digitação, e você vai ser que você vai precisar tirar a mão do teclado para fazer outras coisas poucas vezes, e pelo menos para mim as coisas parecem bem mais fáceis. Isso lhe força a sempre usar esc (ou ctrl+[) após fazer alguma coisa, deixando o modo normal livre para uso.

Customização

O Vim pode ser facilmente incrementado com plugins, temas e outras coisas que tornam ele bem customizável, e você pode deixar ele com a sua cara. Atalhos são facilmente configuráveis no seu .vimrc, assim como configurações como highlight de busca, espaçamento para scroll, e mais muuuiiitas opções que obviamente não caberão nesse post.

Concluindo

A idéia desse post é falar que para se usar vim você precisa estar disposto a mudar muita coisa que você sabe, e a curva de aprendizado não é uma das mais fáceis, mas quando você está no meio dela você percebe o quanto é legal e acaba se viciando no negócio! hehe

Como o Vim é bem configurável pode acontecer de você ficar tentando implementar ele para ficar igual ao seu antigo paradigma ( modo de inserção para sempre ), mas isso não vai de ajudar muito e vai te abstrair toda a força do Vim.

É isso! Nos próximos posts sobre vim pretendo postar dicas, referências legais e falar bem mais aprofundadamente de algumas ferramentas.